Um teclado sem pilhas, carretéis vazios, o jardim de inverno em um país tropical. A partir dos objetos e espaços de uma casa, a narradora reconstrói a arquitetura da sua própria história: a ausência do pai, a relação com a mãe dominadora e o amor dúbio pelo irmão. Neste romance-poema, inúmeros tempos e olhares atravessam um corpo que lembra, ama, sofre e odeia intensamente. A casa aos poucos ergue-se como grande personagem e o centro de um segredo silenciado pela família. Com toques de ironia e um lirismo incomum, Marana Borges nos enlaça em uma trama sobre lugares e relações difíceis de abandonar.

“O livro de Marana Borges já pega pelo título. A epígrafe é o segundo passo para mergulhar no universo dessa autora, cuja prosa mescla-se à poesia, produzindo parágrafos únicos com uma leve pitada de ironia e inteligência.”
– Ana Paula Maia

“Um trabalho escritural denso com metáforas surpreendentes. A autora correu riscos poéticos muito acertados numa linguagem que nos desprograma e, dessa forma, nos retira do lugar comum.”
– João Batista Santiago Sobrinho